O dia em que Hiroshima conheceu o fim do mundo
- jornalivrosliterar
- 10 de dez. de 2015
- 2 min de leitura

Memorial da Paz de Hiroshima, chamado Cúpula Genbaku ou Cúpula da Bomba Atómica pelos japoneses, localiza-se em Hiroshima, Japão
Já são mais de 70 anos desde aquela manhã do dia 6 de agosto, de 1945, em que a bomba mais destrutiva já inventada explodiu sobre milhares de japoneses. Uma única explosão que matou 100 mil pessoas, feriu seriamente o corpo de mais 100 mil e machucou a alma da humanidade. Estima-se que a bomba de urânio, que caiu sobre as cabeças de milhares de pessoas, tivesse uma potência entre 13 e 15 mil toneladas de dinamite. Apesar disso, foi preciso praticamente um ano para que a população mundial percebesse o poder de aniquilação de uma bomba atômica.
O mundo e os próprios americanos vieram a entender a dimensão e o poder de destruição da bomba que caiu sobre Hiroshima, apenas após a publicação de uma grande-reportagem que relatava com exatidão esse fato, que marcaria a história da humanidade para sempre. A reportagem, de autoria de John Hersey, teve tamanho impacto e importância, a ponto de ocupar toda uma edição da revista New Yorker. Não foi em vão que, pouco tempo depois, essa reportagem foi publicada em livro e distribuída gratuitamente para mais de um milhão de pessoas.
Considerada a melhor matéria jornalística de todos os tempos, o livro de John Hersey conseguiu humanizar o bombardeio em Hiroshima. O autor fez o que nenhuma notícia ou reportagem havia feito até então, dar um rosto para as vítimas. John Hersey fez com que as pessoas deixassem de ver o lado oposto apenas como o inimigo, mas como um grupo de pessoas comuns, com filhos, família e amigos.
O livro Hiroshima conta a história de seis sobreviventes da bomba atômica, retratando suas vidas antes e depois da explosão, e quarenta anos mais tarde. A reportagem reconstrói o momento exato da explosão da bomba de acordo com o ponto de vista de cada um dos personagens. Em seguida, relata o que aconteceu logo após a explosão, tudo o que viram e sentiram. Apesar da narrativa ser bastante objetiva, o livro consegue facilmente emocionar e comover o leitor com o relato dessa catástrofe. A leitura de Hiroshima faz com que você faça parte desse triste episódio histórico, sentindo tudo o que cada personagem sentiu. Além disso, o livro de John Hersey, com o seu estilo narrativo e a minúcia na descrição dos fatos, é considerado um marco no jornalismo literário.
O livro é uma obra prima e merece ser lido não apenas por amantes do jornalismo, mas sim por toda a humanidade. Isso porque ele cumpre muito bem sua missão de mostrar aos leitores que a paz vale a pena, e deve ser buscada a qualquer custo, porque o preço da guerra é sempre alto demais. Entretanto, se formos analisar o mundo hoje em dia, parece que poucos fizeram a leitura de Hiroshima e outros tantos não entenderam o recado. É triste, também, saber que existem mais de 20 mil bombas nucleares espalhadas por vários países. Bombas essas que são suficientes para eliminar a raça humana diversas vezes.
Caso você nunca queira esquecer do poder de destruição de uma guerra, leia Hiroshima.
♡ Abraços dos blogueiros ♡
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