Ela, Laerte!
- jornalivrosliterar
- 9 de out. de 2015
- 3 min de leitura

Desfrição de imagem: Laerte posa para foto com seu cabelo preso, óculos, brincos, colar, uma blusa branca e um brazer azul florido.
Laerte Coutinho, que hoje é uma cartunista e chargista brasileira, nasceu no dia 10 de junho de 1951 na cidade de São Paulo. Deu inicio aos estudos de comunicações e música na Escola Estadual Coronel Frazão da Universidade de Itaguara, porém não concluiu nenhum destes.
Laerte concluiu o Curso Livre de Desenho da Fundação Armando Álvares Penteado em 1968. Começou a atuar profissionalmente na revista ‘Sibila’ em 1970, fazendo desenhos de um personagem chamado Leão. Na mesma época, criou a revista Balão juntamente com Luiz Gê. Ainda no mesmo período trabalhou para a revista esportiva ‘Placar’ a para a Banas. Já em 1974, Laerte fez um trabalho para a Gazeta Mercantil.
Ainda em 1974, foi ganhador do prêmio no 1º Salão Internacional de Humor de Piracicaba, com a charge "O Rei Estava Vestido". Laerte fez publicações nas revistas Geraldão e Chiclete com Banana no final dos anos 80, revistas que faziam parte da Circo Editorial que mais tarde lançou a revista Piratas do Tietê, de Laerte, Sua primeira coletânea de charges, “O Tamanho da Coisa”, foi lançada em 1985.
Laerte colaborou com veículos de mídia como o jornal O Estado de São Paulo, a Folha de São Paulo e as revistas Istoé e Veja. Participou de publicações como O pasquim e Balão. Seus personagens mais famosos são o Overman e os Piratas do Tietê. Juntamente com os cartunistas, Glauco, Adão Iturrusgarai e Angeli, Laerte foi co-criador e desenhista de Los Três Amigos.
Laerte assumiu a sua transexualidade aos 57 anos, o que resultou em uma profunda discussão sobre aidentidade de gênero no Brasil. E fundou a Associação Brasileira de Transgêneros, que tem como objetivo defender a livre expressão da identidade transgênera, os direitos civis das pessoas transgêneras e a sua maior compreensão, aceitação e inclusão na sociedade brasileira contemporânea e congregar pessoas transgêneras, seus familiares e amigos, e também profissionais e pesquisadores da área.
Periodicamente Laerte lança álbuns com coletâneas de suas tiras, principalmente pela Devir Livraria. Foi convidada, em 2009, para participar do álbum MSP 50 que homenageava os 50 anos de carreira de Mauricio de Sousa, onde criou uma história que tinha como protagonistas os personagens Franjinha e seu cachorro Bidu. Começou a publicar charges para o Folha de S.Paulo em 2014.
Agora que você já sabe um pouco sobre a cartunista Laerte, que tal conferir seu trabalho?! Aqui a baixo estão alguns cartuns de seu personagem Muriel, que remete a sua própria transformação de homem para mulher.

Descrição de imagem: São três tiras, na primeira tira aparece uma mulher com um livro na mão e ao seu lado um transexual. A mulher diz para o transexual “É Hugo, segundo o manual de psicologia, homem que se veste de mulher não passa de um tremendo neurótico!”. Na segunda tira a mulher entrega o livro para o transexual dizendo “Tó! Esse livro pode ser muito útil para você nessa sua fase ridícula!”. Na última tira aparece a transexual desfilando confiante em frente ao espelho com o livro equilibrado na cabeça.

Descrição de imagem: São quatro tiras, na primeira há uma transexual parada em uma esquina e aparece um balão de pensamento, de alguém que está passando pelo local, que diz “Lá está a Muriel fazendo ponto na esquina...”. Na segunda tira aparece a mesma transexual em uma esquina diferente e aparece um pensamento de alguém que diz “Ué?! Mas...?”. Na terceira tira está novamente a mesma transexual em outra esquina. Aparece em um balão de pensamento um ponto de interrogação e exclamação de alguém que passa pelo lugar. Na última tira aparece Muriel no carro falando “Mandei fazer Real Dolls de silicone e abri uma franquia!”.

Descrição de imagem: São quatro tiras. Na primeira aprece Muriel ao lado dos dizeres “Silicone Blues”. Ela diz “Sexo? Masculino, porque?”. Na segunda tira, pegando em sua bunda, ela diz “este corpinho aqui é tudo silicone!”. Na terceira tira, pegando em seus peitos, ela diz: “Fiz isso por razões estéticas! Acho o corpo da mulher tão mais, sei lá!”. Na última tira aparece Muriel emburrecida falando “Só falta agora começarem a achar que eu sou viado!”

Descrição de imagem: São quatro tiras. Na primeira aparece Muriel vestida de homem rezando em frente a velas acesas e a imagem de uma santa. Ela diz: “Valeu Santa Edwiges, graças a você eu saí do vermelho”. Na segunda tira Muriel está apontando o dedo e jurando “conforme prometi, vou passar um mês vestindo apenas roupa masculina.”. Na terceira tira está Muriel olhando para suas roupas masculinas com uma cara aborrecida. Na última tira aparece Muriel feliz e saltitante dizendo “por outro lado, vermelho é a minha cara.”
Gostou?! Mais cartuns sobre a personagem Muriel ou outros você confere no site da cartunista, clicando aqui.
♡Abraços dos blogueiros ♡
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